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EMOTIVA RAZÃO DE SENTIR Bem ao longe a atração, E a saudade cada vez maior. Cutuca agudamente a emoção, Acelerando o descontrole ainda melhor. Nossos corpos desprendidos, E a surpreendente iniciativa de ir. Não desmancha os apreensivos, Reencontros que hão de vir. Escalo montanha de expectativas, E lá do alto paraliso-me. Em quais explicativas, As emoções levariam no conforme? Confidente o coração está, O que se imagina o amor? Com medo que se pareça a condor? Inigualável distinção de cá! É enorme demais a estrada! São retos caminhos, É de confundir com certa topada, Camuflagens macias de espinhos. Retidão de um ego, eu sei! Certíssimo a ficar o grau instável. D’alma minha sei que dei, Um jeitinho assaz razoável.
AO PASSO DA ALIENAÇÃO O cachorro na calçada, Descera ele para o asfalto. Com um latido de contralto, Por entre as patas, a sua calda. O animal de pelo felpudo, Irritou-se com a lata velha. No apagar da noite e a vela, Um senhor a soprou moribundo. A rua nua, enquanto o carro transita, Por volta do barulho que não interditou. O dia a dia se reversa, Portanto a hora se acabou. As palmeiras combinaram A sombrear aquela avenida. Tombos de mola na oficina; Cortinas de cinza contaminam. O espelho derretido, pois se rachou. A feiura da arrogância, Pior que o susto que balança! O ego medonho não parou. A urina do bicho que ladra, É que suja a limpeza do gari. Alguns munícipes não estão nem aí! Para o acordo que nem sempre falha.
ASAS DE UM OBSERVADOR Invejo toda coisa, Baseada nas estrelas, Luminária com clarezas, Ventre tenro de uma moça. Vejo o ventar, espalhado a flor do destino, Louca a mente excitada, Calça imunda e mal lavada, Surdo tine o tal sino. O cadarço desse laço, Atrapalha-se com o nó! E a telha suja de pó! Que trago estragado, eia o cigarro! A cigarra cantarolou, O solfejo ensimesmado, Barbante fino entrelaçado! No fim do dia, pois fez seu show. Música inaudível que soa Da matéria acústica, Da colcheia muda, O suingue é uma pessoa.
EM DISTRAÇÕES  Além dos livros, As vontades e pensamentos, Tornam-se um jogo em treinamento. Falhas minhas em percepções de alguém, Rotina que adere a genética virtual. É na computação moderna, Que a realidade nem existe, Perante do olhar material. O sol nunca mais sentiu A estima, o entusiasmo da elevação. Quem prejudica a si mesmo Quebra da alma o pote lacrimejante. Ainda que deixe o próximo ferido, De modo avassalador. A sala vazia, mesmo a presente Pessoa, Resguardada no quarto teu. Se da cama se ergue quietinha, Logo evita conversar a solta. Alienada com o vício, Redes sociais uma vitrine fechada. Embora isso aberto para o universo! A fala e o suspirar são irreais. Um hábito distante, De mim e de você. Computadorizadamente, A mania do ser.
DEVANEIOS Fiz um palhaço de mim, Eu quis surgir. A melanina em todo membro, um poço; A linda rosa resistiu! Ai, ai, ai, pintura em pingos acesa... Cheiroso frescor do natural perfume. Levantem-se folhas espicaçadas! E recolham-na do chão as poesias! Adoecem as memórias sádicas, Penosas melancolias. Surto de retrospectivas, Ainda que não alterem o existencial. Fragilizado é como fico! Embora o visgo da tranquila seguridade, Encorajante se quer tremular-se. Resistir-se a falhas em afinco, Ó coisa que jamais fiz! Mórbida situação premeditada, Uma satisfeita condição. Chove, não molhara o suor, Nem ventou o arrepio da pele. Ô pelo que em meio a este vulto, Ao hálito acaso, Certa transpiração afim. Arrio quase sem o rebento, a consequência; E veja o que me inventara! Um eu poético que nunca vi.
SENSATEZ O momento como este, É de aproveitar o que se aprende. Valorizem as pessoas desde A humildade perene. O conhecimento é remoto, Há de evoluir constantemente. Adapte o aprender com bom modo, Use-o relevantemente. Ignore o que não se sabe, Vá de encontro ao inesgotável saber. À sabedoria... Busque-a, se enlace; Entenda, explore o que ler! Ninguém entende de tudo, Repare a vida e leia o mundo! O agricultor com a lavoura, E o passista com a dança. Comparação como essa, Que enfim a cruza feito trança. Dê valor ao exercício da escrita, E ao texto escrito imaginativo. Liberte a indagação cognitiva, Movam-se pensativo! A ideia é parceira da inovação. Acrescentem a liberdade, Deem a sábia motivação, É o típico legado a posteridade.
TRANSIÇÃO Escutei o seu chamado, Quando aonde eu andei. Pelos caminhos me perdi, Ouvi em destaque “ó amado!”, Resplandecente entusiasmo, Mesmo imerecido merecendo. Aumentara audaz o orgasmo, E o tom sereno e trigueiro. Escurecida luz da tarde, Com a frieza em pauta. Enquanto vem suada, A astronauta saindo de Marte. Combustível desse outono, Ar fervilha como o frio. À noite o nocaute é do sono, Em gracejo, sente-se o que rio. A falácia saiu da mesmice, Muita conversa tão banal. E do signo astral, Para onde vai à crendice?` Punhados de areia, Medindo um ininterrupto da hora! Instante instável, embora. A luneta no tempo se arria.